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O poder de comunicação nas mãos do consumidor

O poder de comunicação nas mãos do consumidor

Antes de se trabalhar com a Internet, é necessário entendermos o que ela representa para a vida das pessoas em termos de alterações no modelo de organização social vivido até aqui. Afinal, á medida que a Internet amplia a possibilidade de interligar pessoas, interesses e ideias de uma forma nunca antes experimentada, traz consigo uma mudança tão grandiosa quanto foi, em sua época, a prensa de Gutemberg. É uma mudança de era.

A sociedade caminha pela história e, de tempos em tempos, algo acontece que mexe totalmente com essa rede humana e social; mexe na estrutura, na placa mãe que define a maneira de se organizar, de entender e de viver em sociedade. É quando toda a nossa estrutura cognitiva, afetiva e de relacionamento precisa se reorganizar e se reestruturar para sobreviver ás novas condições trazidas. Precisamos redefinir o valor da informação, da comunicação e do conhecimento.

Nos últimos 200 anos houve uma mudança grandiosa e, por isso, comparável a mudança que temos hoje em nossa placa mãe. Em 1450, com a prensa de tipos móveis, também ocorreu uma ruptura que reestruturou todo o modelo de sociedade conhecido até então.

Em 1800 tínhamos 1 bilhão de habitantes na Terra, hoje temos 7 bilhões e não temos mais estrutura social para atender a esse número de pessoas. Por não produzirmos na mesma medida em que se torna necessário produzir, acabamos gerando uma crise produtiva. Precisamos inovar e, para inovar, precisamos de informação. Disseminar informação requer descentralizar, desintermediar, tirar o rei do poder, democratizar.

Com a chegada do papel impresso, a população passou a ter acesso á informações que antes eram restritas ao Clero. Por causa do acesso ás informações, criou-se uma maior articulação também entre os cidadãos comuns. Mesmo que as autoridades eclesiásticas da época tenham, inicialmente, desmerecido o movimento Lutero, já havia uma rede social descentralizada espalhando essa ideia por todo lado.

Houve uma difusão enorme da nova tecnologia (papel impresso), seguida por um grande surto filosófico (Iluminismo) que deu o chão para gerar, mais para frente, movimentos sociais fortes o suficiente para tirarem a Igreja e o Rei do poder (Absolutismo e Revolução Industrial). Os valores da sociedade foram questionados e reorganizados.

 

Anteriormente, as empresas investiam quantias enormes em propagandas para prender a atenção e comprar o tempo que os consumidores ficavam em contato com sua marca. Foi nessa época que surgiram as grandes agências de propaganda e marketing.

Agora o processo é inverso. Com o boom da Internet e das redes sociais, surge um universo grande de consumidores que possuem um grau de atividade em comunicação muito maior do que as empresas podem exercer hoje.  Assim, o marketing de massa que escondia os problemas e floreava os produtos, com a Internet, pode ser desmascarado pelos próprios consumidores, que dividem as experiências e informações entre si e só defendem o que realmente acreditam.

O mais viável não é convencer o consumidor do que convém a uma empresa, não podemos mais martelar o nossos ideais e posicionamento na cabeça do cliente. O caminho é entender o que ele gosta e o que ele acredita e, então, entrar na onda do consumidor oferecendo o que ele quer. Temos que nos adaptar ás necessidades do cliente e não nos impormos a elas.

Hoje os consumidores também fazem um questionamento de valores e não aceitam mais que a empresa exista só para se servir da sociedade. O lucro é repensado e entra em jogo a obrigação da empresa em gerar valor para as pessoas.

Isso condiciona a sociedade e obriga empresas a fazerem alterações na maneira de se relacionar com os consumidores. Clientes agora têm o poder de exigir e de causar a inovação para suprir a demanda de 7 bilhões de pessoas.

Atendendo bem a esse cliente que hoje tem voz, podemos tê-lo ao nosso lado como um divulgador ou advogado de marca. Se ele realmente gostar do serviço que prestamos, irá não apenas comprar com satisfação, mas também, fazer com que o seu círculo social ou grupo de influência também compre conosco.

Ouvintes de rádio tem a oportunidade de fazer parte da programação dando dicas de trânsito e, quando o consumidor passa a participar do ambiente produtivo de uma rádio, ela ganha flexibilidade e estrutura. O leitor não se sente mais atendido pela velha maneira de informar, a informação mais completa é uma nova exigência e os próprios consumidores atendem essa demanda. Exemplo disso é o site do Mercado Livre, aonde desconhecidos vendem para desconhecidos e o próprio usuário se torna o vendedor.

Também, as editoras de livros que passam a vender sob demanda, imprimem o livro apenas quando ele é efetivamente comprado. E, ainda, a empresa Dell, que só fabrica e configura um computador depois que o negócio é fechado com o cliente. Isso ajudar a construir o seu mercado, reduz o custo e aumenta o valor agregado.

Internet é muito mais do que uma ferramenta tecnológica. As redes sociais existiam e existem antes e fora do ambiente Online. Afinal, não é por causa do Facebook que as pessoas se conectam em redes de interesse, e sim por causa da natureza social do homem. Redes sociais são, antes de qualquer coisa: redes de pessoas, redes humanas.

A Era Digital precisa desintermediar essa sociedade hierárquica, burocrática, lenta e obsoleta que não é mais capaz de resolver os problemas de consumo de 7 bilhões de pessoas. Podemos estar caminhando para um novo surto filosófico e uma consequente reestruturação social, política e econômica.

Esse texto contém conceitos e falas de Carlos Nepomuceno, para saber mais sobre ele e ter acesso a muito conteúdo interessante visite os links: http://nepo.com.br/author/cnepomuceno/, http://nepo.com.br/ e http://webinsider.uol.com.br/author/carlos_nepomuceno_nepo/cer

 

Tags: comunicação, decisão de compra, dor do cliente, interação, poder do consumidor, relacionamento
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